domingo, 1 de maio de 2016

Receita de felicidade - Resenha de de uma obra de Epicuro

"Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito." Assim começa a Carta sobre a felicidade, delicioso e precioso livreto de cinquenta páginas do filósofo grego Epicuro. Livreto porque tem dez por quatorze em e metade das páginas estão em grego, nas edição da editora UNESP.
Afirma o autor ser necessário "cuidar das coisas que trazem felicidade, já que, estando ela presente, tudo temos."
Bem humorado, esclarece o filósofo que "o mais terrível dos males, a morte, não significa nada para nós, justamente porque, quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao contrário, quando a morte está presente, nós é que não estamos"!
A carta esclarece que o prazer é ausência de sofrimento físico e de perturbações da alma. "Por prazer não nos referimos aos prazeres intemperantes ou aos que consistem no gozo dos sentidos". É realçado o fato de que "não existe vida feliz sem prudência, beleza e justiça, e que não existe prudência, beleza e justiça sem felicidade".
Como outros filósofos gregos, também afirma Epicuro que o homem feliz é o sábio, que discerne o bem supremo nas coisas simples e fáceis de obter. E aconselha o leitor a meditar, dia e noite, para "viver como um deus entre os homens".
No Jardim de Epicuro, em Atenas, vicejava a comunidade onde o mestre com seus discípulos vivia de modo simples, tomando água e alimentando-se de pão e das hortaliças que cultivavam.
O epicurismo sobreviveu por sete séculos e encontrou entre seus ilustres discípulos os virtuosos romanos Sêneca e Cícero.
Recomendo ao leitor a leitura desta carta já que "ninguém é demasiado jovem nem demasiado velho para alcançar a saúde do espírito".

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